Revolução Russa (1917)
A RÚSSIA ANTES DE 1917
Em 1894, subiu ao trono russo o czar
Nicolau II. Desde o século XVI, o país era uma monarquia absolutista. A nobreza
era proprietária de 25% das terras cultiváveis do país, e a grande maioria da
população - mais de 80% - estava ligada direta ou indiretamente à terra.
As condições de vida da maior parte
dos camponeses eram péssimas. Em geral, eles habitavam moradia precária.
Alimentavam-se basicamente de pão preto, batata e torta de farinha de milho.
Nas aldeias raramente havia escolas, e a maior parte da população era
analfabeta.
No plantio e na colheita eram
usados instrumentos agrícolas antigos, como o arado de madeira e a foice,
apenas em algumas grandes propriedades adotava-se uma tecnologia moderna. Nas
cidades, a vida não era muito diferente da do campo em relação às dificuldades
enfrentadas.
Com uma economia essencialmente
agrária, a Rússia tinha poucas indústrias; a maior parte dela pertencia a
proprietários estrangeiros.
UM CLIMA EXPLOSIVO
Os problemas internos da Rússia se
agravaram ainda mais após a guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A derrota ante
os japoneses mergulhou a Rússia numa grave crise econômica e aumentou o
descontentamento de diferentes grupos sociais com o czar Nicolau II. Começaram
a ocorrer greves e movimentos reivindicatórios, duramente reprimidos pela
polícia czarista.
Num domingo de janeiro de 1905,
trabalhadores de São Petersburgo, então capital do Império Russo, organizaram
uma manifestação para entregar a Nicolau II um documento em que reivindicavam
melhores condições de vida e melhores salários. Uma multidão de cerca de 200
mil pessoas, entre elas crianças e mulheres, dirigiu-se ao Palácio de Inverno,
residência do czar. As tropas do governo, que estavam de prontidão, receberam
os manifestantes com tiros de fuzil.
O incidente, que ficou conhecido como
Domingo Sangrento, provocou conflitos em toda a Rússia.
Tentando diminuir as tensões
sociais, o czar criou a Duma, espécie de Parlamento. Contudo, os deputados
eleitos das quatro primeiras dumas foram de tal maneira pressionados pelo czar
que pouco puderam fazer.
Esse ambiente contribuiu para a
difusão e a aceitação das ideias socialistas - sobretudo as elaboradas pelos
alemães Karl Marx e Friedrich Engels - entre os movimentos sociais russos.
Assim, essas ideias se tornariam a base da Revolução Russa.
Em 1905, surgiram os sovietes de
trabalhadores, conselhos que se encarregavam de coordenar o movimento operário
nas fábricas. Os sovietes teriam papel decisivo na revolução de 1917.
O INÍCIO DA REVOLUÇÃO
Em 1917, a escassez de alimentos era
muito grande e provocou uma série de greves. Em 27 de fevereiro desse mesmo
ano, uma multidão percorreu a capital do Império pedindo pão e a saída da
Russia da Primeira Guerra Mundial. Os manifestantes também criticavam o sistema
monárquico.
A polícia e o exército, agora ao
lado dos manifestantes, não reprimiram o movimento. Isolado, o czar abdicou, e
um governo provisório foi constituído. Esse governo, dominado pela burguesia
russa, decidiu continuar na guerra, com planos de uma grande ofensiva contra a
Áustria-Hungria.
A população russa, porém,
discordava dessa orientação. O governo, sem controle de seus exércitos, não
tinha forças para impedir as deserções dos soldados. Havia ainda a constante
elevação dos preços dos gêneros alimentícios, contra a qual o governo nada
conseguia fazer.
Nesse momento, grupos
revolucionários já desenvolviam intensa atividade nas cidades, reativando os
sovietes de trabalhadores, com o objetivo explícito de tomar o poder.
Naquele momento, três grupos e três
diferentes propostas políticas se defrontavam pelo poder:
- O Partido Democrático Constitucional, partido da burguesia e da nobreza liberal, favorável à continuação da guerra e ao adiamento de quaisquer modificações sociais e econômicas.
- Os bolcheviques - maioria, em russo -, que defendiam o confisco das grandes propriedades, o controle das indústrias pelos operários e a saída da Rússia da guerra.
- Os mencheviques - minoria, em russo -, que, embora contrários à guerra, não admitiam a derrota da Rússia.
A TOMADA DO PODER
Sob o comando de Trotski, no dia 25
de outubro, os bolcheviques ocuparam os pontos estratégicos de Petrogrado e o
Palácio do Governo.
Na manhã do dia seguinte, os
sovietes da Rússia, reunidos em Congresso, confirmavam o triunfo da revolução,
confiando o poder a um Conselho de Comissários do Povo. O Conselho era
presidido por Lenin.
As primeiras medidas do governo
revolucionário foram:
Logo depois, os bolcheviques
adotaram o sistema de partido único: Partido Comunista.
- retirada da Rússia da guerra;
- supressão das grandes propriedades rurais, confiadas agora à direção de comitês agrários;
- controle das fábricas pelos trabalhadores;
- criação do Exército Vermelho, com a finalidade de defender o socialismo contra inimigos internos e externos.
A DEFESA DA REVOLUÇÃO: TROTSKI
E O EXÉRCITO VERMELHO
Após a tomada do poder pelos
revolucionários, a Rússia viveu ainda três anos de guerra civil.
Quando irrompeu a guerra civil as
condições extremamente precárias, com o país esgotado, recém-saído da Primeira
Guerra Mundial, Trotski conseguiu formar um exército forte e eficiente.
Com o apoio popular, as tropas
revolucionárias enfrentaram o Exército Branco, composto por antigos oficiais do
czar e prisioneiros do exército austríaco. Além disso, enfrentaram tropas de
países europeus, que temiam que a revolução socialista se espalhasse pelo continente.
A CONSOLIDAÇÃO DA REVOLUÇÃO
RUSSA
Sob a direção de Lenin e com um
plano que ficou conhecido como Nova Política Econômica (NEP), os bolcheviques
deram início à recuperação da economia russa. Elaborada em 1921, a NEP procurou
concentrar os investimentos nos setores mais importantes da economia. Entre as
medidas adotadas encontravam-se:
- produção de energias e extração de matérias-primas;
- importação de técnica e de máquinas estrangeiras;
- organização do comércio e da agricultura em cooperativas;
- permissão para a volta da iniciativa privada em diversos setores da economia, como o comércio, a produção agrícola e algumas formas de atividade industrial. Todos os investimentos tinham o rígido controle do Estado, muitos deles eram feitos em empresas estatais.
· Vários Estados que tinha separado
da Rússia durante a revolução - como a Ucrânia - voltaram a se integrar e
formaram, em 1922, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Com a morte de Lenin, em 1924,
Stalin (secretário-geral do Partido Comunista) e Trotski passaram a disputar o
poder. Stalin defendia a ideia de que a União Soviética deveria construir o
socialismo em seu país e só depois tentar levá-lo a outros países; Trotski
achava que a Revolução Socialista deveria ocorrer em todo o mundo, pois
enquanto houvesse países capitalistas, o socialismo não teria condições de
sobreviver isolado.
Stalin venceu a disputa. Trotski
foi expulso da URSS. A União Soviética ingressou, então, na fase do
planejamento econômico. Foi a época dos planos quinqüenais, inaugurada em 1928.
Os planos se sucederam a transformaram a União Soviética numa potência
industrial. Contudo, a violência foi amplamente empregada pelo governo para
impor sua política.
Fonte: https://www.portalbrasil.net/historiageral_revolucaorussa.htm#:~:text=A%20R%C3%9ASSIA%20ANTES%20DE%201917&text=Desde%20o%20s%C3%A9culo%20XVI%2C%20o,parte%20dos%20camponeses%20eram%20p%C3%A9ssimas. Acesso em 26/06/2020.
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