quinta-feira, 25 de junho de 2020

9º ano E F - Revolução Russa

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Revolução Russa (1917)

A RÚSSIA ANTES DE 1917

           Em 1894, subiu ao trono russo o czar Nicolau II. Desde o século XVI, o país era uma monarquia absolutista. A nobreza era proprietária de 25% das terras cultiváveis do país, e a grande maioria da população - mais de 80% - estava ligada direta ou indiretamente à terra.

            As condições de vida da maior parte dos camponeses eram péssimas. Em geral, eles habitavam moradia precária. Alimentavam-se basicamente de pão preto, batata e torta de farinha de milho. Nas aldeias raramente havia escolas, e a maior parte da população era analfabeta.

            No plantio e na colheita eram usados instrumentos agrícolas antigos, como o arado de madeira e a foice, apenas em algumas grandes propriedades adotava-se uma tecnologia moderna. Nas cidades, a vida não era muito diferente da do campo em relação às dificuldades enfrentadas.

            Com uma economia essencialmente agrária, a Rússia tinha poucas indústrias; a maior parte dela pertencia a proprietários estrangeiros.

UM CLIMA EXPLOSIVO

            Os problemas internos da Rússia se agravaram ainda mais após a guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A derrota ante os japoneses mergulhou a Rússia numa grave crise econômica e aumentou o descontentamento de diferentes grupos sociais com o czar Nicolau II. Começaram a ocorrer greves e movimentos reivindicatórios, duramente reprimidos pela polícia czarista.

            Num domingo de janeiro de 1905, trabalhadores de São Petersburgo, então capital do Império Russo, organizaram uma manifestação para entregar a Nicolau II um documento em que reivindicavam melhores condições de vida e melhores salários. Uma multidão de cerca de 200 mil pessoas, entre elas crianças e mulheres, dirigiu-se ao Palácio de Inverno, residência do czar. As tropas do governo, que estavam de prontidão, receberam os manifestantes com tiros de fuzil.

            O incidente, que ficou conhecido como Domingo Sangrento, provocou conflitos em toda a Rússia.

            Tentando diminuir as tensões sociais, o czar criou a Duma, espécie de Parlamento. Contudo, os deputados eleitos das quatro primeiras dumas foram de tal maneira pressionados pelo czar que pouco puderam fazer.

            Esse ambiente contribuiu para a difusão e a aceitação das ideias socialistas - sobretudo as elaboradas pelos alemães Karl Marx e Friedrich Engels - entre os movimentos sociais russos. Assim, essas ideias se tornariam a base da Revolução Russa.

            Em 1905, surgiram os sovietes de trabalhadores, conselhos que se encarregavam de coordenar o movimento operário nas fábricas. Os sovietes teriam papel decisivo na revolução de 1917.

O INÍCIO DA REVOLUÇÃO

         Em 1917, a escassez de alimentos era muito grande e provocou uma série de greves. Em 27 de fevereiro desse mesmo ano, uma multidão percorreu a capital do Império pedindo pão e a saída da Russia da Primeira Guerra Mundial. Os manifestantes também criticavam o sistema monárquico.

            A polícia e o exército, agora ao lado dos manifestantes, não reprimiram o movimento. Isolado, o czar abdicou, e um governo provisório foi constituído. Esse governo, dominado pela burguesia russa, decidiu continuar na guerra, com planos de uma grande ofensiva contra a Áustria-Hungria.

            A população russa, porém, discordava dessa orientação. O governo, sem controle de seus exércitos, não tinha forças para impedir as deserções dos soldados. Havia ainda a constante elevação dos preços dos gêneros alimentícios, contra a qual o governo nada conseguia fazer.

            Nesse momento, grupos revolucionários já desenvolviam intensa atividade nas cidades, reativando os sovietes de trabalhadores, com o objetivo explícito de tomar o poder.

            Naquele momento, três grupos e três diferentes propostas políticas se defrontavam pelo poder:
  • O Partido Democrático Constitucional, partido da burguesia e da nobreza liberal, favorável à continuação da guerra e ao adiamento de quaisquer modificações sociais e econômicas.
  • Os bolcheviques - maioria, em russo -, que defendiam o confisco das grandes propriedades, o controle das indústrias pelos operários e a saída da Rússia da guerra.
  • Os mencheviques - minoria, em russo -, que, embora contrários à guerra, não admitiam a derrota da Rússia. 


A TOMADA DO PODER

            Sob o comando de Trotski, no dia 25 de outubro, os bolcheviques ocuparam os pontos estratégicos de Petrogrado e o Palácio do Governo.

            Na manhã do dia seguinte, os sovietes da Rússia, reunidos em Congresso, confirmavam o triunfo da revolução, confiando o poder a um Conselho de Comissários do Povo. O Conselho era presidido por Lenin.

            As primeiras medidas do governo revolucionário foram:
  • retirada da Rússia da guerra;
  • supressão das grandes propriedades rurais, confiadas agora à direção de comitês agrários;
  • controle das fábricas pelos trabalhadores;
  • criação do Exército Vermelho, com a finalidade de defender o socialismo contra inimigos internos e externos.


Logo depois, os bolcheviques adotaram o sistema de partido único: Partido Comunista.

A DEFESA DA REVOLUÇÃO: TROTSKI E O EXÉRCITO VERMELHO

            Após a tomada do poder pelos revolucionários, a Rússia viveu ainda três anos de guerra civil.

         Quando irrompeu a guerra civil as condições extremamente precárias, com o país esgotado, recém-saído da Primeira Guerra Mundial, Trotski conseguiu formar um exército forte e eficiente.

            Com o apoio popular, as tropas revolucionárias enfrentaram o Exército Branco, composto por antigos oficiais do czar e prisioneiros do exército austríaco. Além disso, enfrentaram tropas de países europeus, que temiam que a revolução socialista se espalhasse pelo continente.

A CONSOLIDAÇÃO DA REVOLUÇÃO RUSSA

            Sob a direção de Lenin e com um plano que ficou conhecido como Nova Política Econômica (NEP), os bolcheviques deram início à recuperação da economia russa. Elaborada em 1921, a NEP procurou concentrar os investimentos nos setores mais importantes da economia. Entre as medidas adotadas encontravam-se:
  • produção de energias e extração de matérias-primas;
  • importação de técnica e de máquinas estrangeiras;
  • organização do comércio e da agricultura em cooperativas;
  • permissão para a volta da iniciativa privada em diversos setores da economia, como o comércio, a produção agrícola e algumas formas de atividade industrial. Todos os investimentos tinham o rígido controle do Estado, muitos deles eram feitos em empresas estatais.


·                    Vários Estados que tinha separado da Rússia durante a revolução - como a Ucrânia - voltaram a se integrar e formaram, em 1922, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

            Com a morte de Lenin, em 1924, Stalin (secretário-geral do Partido Comunista) e Trotski passaram a disputar o poder. Stalin defendia a ideia de que a União Soviética deveria construir o socialismo em seu país e só depois tentar levá-lo a outros países; Trotski achava que a Revolução Socialista deveria ocorrer em todo o mundo, pois enquanto houvesse países capitalistas, o socialismo não teria condições de sobreviver isolado.

            Stalin venceu a disputa. Trotski foi expulso da URSS. A União Soviética ingressou, então, na fase do planejamento econômico. Foi a época dos planos quinqüenais, inaugurada em 1928. Os planos se sucederam a transformaram a União Soviética numa potência industrial. Contudo, a violência foi amplamente empregada pelo governo para impor sua política.


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