quinta-feira, 23 de julho de 2020

6º ano E F - Roma Antiga

Estátuas de Rômulo e Remo sendo alimentados por uma loba estão espalhadas por toda a cidade. Foto: Artem Avetisyan / Shutterstock.com


A cidade de Roma que conhecemos hoje é bastante diferente da cidade antiga, fundada há quase três milênios. Isso porque, no período, Roma não representava apenas uma cidade, mas se transformou em um Estado poderoso, que fez de Roma um dos principais centros do mundo antigo. Por isso, é dessa época a famosa frase, até hoje utilizada: “todos os caminhos levam à Roma”.

Roma é uma palavra que designa não apenas uma cidade, mas também um Estado que inicialmente foi formado por populações indo-europeias, especialmente os latinos e os sabinos, que falavam o latim. O mito fundador de Roma é a lenda que conta a história de dois irmãos gêmeos: Rômulo e Remo. Rômulo teria sido o fundador de Roma e seu primeiro rei. Embora a história da fundação de Roma seja marcada por contos lendários, como o dos irmãos gêmeos nutridos por uma loba, entende-se que a fundação de Roma representa não apenas a fundação de uma cidade, mas também a conquista da Península Itálica que se espalhou por todo o Mar Mediterrâneo.

A região onde Roma se desenvolveu, a península itálica, era dominada pelos etruscos, um povo que vivia ao norte de Roma, e tem uma cadeia montanhosa central com clima ameno e com chuvas constantes. Isso significa que as terras eram férteis e propícias tanto para a agricultura como para a criação de gado. Além disso, pela proximidade do Mar Tirreno ocupava uma posição estratégica para o desenvolvimento do comércio. Por isso a região apresentava um grande potencial para economia, seja com as plantações de insumos como trigo e cereais, seja com a criação de animais ou mesmo com o desenvolvimento comercial.

São poucos os registros sobre a fundação de Roma. As narrativas mais antigas datam de séculos após a sua fundação, e misturam-se com as lendas e mitos sobre o evento. O que se sabe se deve não só aos registros escritos de Tito Lívio (59 a.C. 0 19 d.C.), mas também às escavações arqueológicas e às interpretações de historiadores estudiosos da antiguidade. Acredita-se que Roma tenha sido fundada na Região do Latium (ou Região do Lácio, na Itália central), onde se falava o latim, língua que se alastrou pelo mundo e que deu origem, inclusive, ao idioma português, que nas palavras de Olavo Bilac era “a última flor do Lácio”.

Entre os anos de 753 a.C. e 509 a.C. Roma viveu, sob uma monarquia, um período de crescimento e transformação em cidade, incorporando diversas reformas, com a construção de espaços públicos, de fortificações, de calçadas, de sistemas de esgotos. A partir de 509 a.C. inicia-se o período conhecido por República Romana.

Assim, a história da Roma Antiga pode ser dividia em três períodos. O primeiro deles foi a Monarquia, que vigorou desde a fundação até 509 a.C. O segundo período foi a República, quando os patrícios se revoltaram contra os etruscos – povo do norte – e instauraram a República, sendo liderados por Brutus, o líder dos que se revoltaram e também o primeiro líder da nova República. A República romana durou até o ano de 27 a.C., quando houve a formação do Império Romano, que caracteriza o terceiro período. O Império durou até 395 d.C., quando foi dividido em Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente, o primeiro com capital em Roma e o segundo com capital em Constantinopla.



A sociedade romana



A estrutura social que se erigiu nessa civilização teve como base principal os patrícios e os plebeus. Além desses, havia ainda os clientes, os escravos e os proletários.

Os patrícios formavam a elite social e política romana. Os principais cargos políticos de destaque, durante muito tempo, só podiam ser ocupados por patrícios. Esse grupo da sociedade era herdeiro dos primeiros clãs de pastores que se estabeleceram no Lácio e fundaram a cidade romana. Esses clãs eram de povos latinos e organizavam-se sob o modelo de páter-famílias, chefe de família patriarcal, daí vem a denominação “patrício”. Sendo assim, os patrícios, por tradição, eram os grandes proprietários de terras da antiga Roma. Possuíam, portanto, o controle político e econômico.

Já os plebeus, ou a plebe, como também eram conhecidos, constituíam a camada da população que não tinha ascendência patrícia. A maioria dos plebeus era constituída de pequenos proprietários de terras, artesãos e comerciantes. Boa parte das crises sociais da Roma Antiga, bem como das tentativas de reforma, como a dos irmãos Graco, derivou da insatisfação dos plebeus.

Além desses dois grupos, havia ainda os clientes. Estes eram agregados dos patrícios e deles recebiam estadia e proteção. Em troca, ofereciam todo tipo de serviço, daí vem a expressão moderna da análise política “clientelismo”, que expressa a relação de subordinação de um grupo social a outro em troca de pequenos benefícios.

Na estrutura social romana, havia ainda os escravos e os proletários. Os primeiros eram considerados bens de posse daqueles que os compravam ou os capturavam, além de serem desprovidos de qualquer representatividade política ou direitos em meio à sociedade romana. Os escravos podiam ser tanto escravos por dívidas quanto povos capturados e conquistados nas campanhas militares romanas.

Já os proletários, isto é, os proletarii, recebiam essa denominação porque sua única expressividade social consistia em gerar prole (filhos) – daí a origem do termo proletário. Eles compunham a parte da sociedade que ficava sob o jugo do Estado e que, quase sempre, servia para engrossar as fileiras mais frágeis do exército romano.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os Incas

  Vista da antiga cidade Inca, Machu Picchu, no Peru. Originalmente os incas eram um clã da tribo dos quíchuas, localizado na região de Cusc...