quarta-feira, 6 de maio de 2020

7º ano E F - Expansão Marítima

As Grandes Navegaçãos

As Grandes navegações também são entendidas como a "expansão marítima" e se deu no contexto do Renascimento. Sem o avanço tecnológico, a coragem de enfrentar o desconhecido e uma nova visão de mundo, a descoberta da América, por exemplo, não seria possível.

Leia o texto a seguir:

Empreendimento marítimo e comercial ocorrido nos séculos XV e XVIII

Entre os séculos XV e XVIII os europeus iniciaram um grande empreendimento marítimo que ficou conhecido como expansão marítima europeia.
Isso só foi possível quando no final da Idade Média o feudalismo sofreu profundas transformações e abriu espaço para uma nova estrutura econômica baseada no lucro.
Essa nova realidade fez com que os governos buscassem alternativas para o desenvolvimento da economia.
Nesse contexto, a expansão marítima europeia teve como finalidade principal a superação da crise econômica dos séculos XIV e XV e o desenvolvimento da economia mercantil com a conquista de novos mercados.
Esse evento marítimo expansionista dos europeus em busca das relações comerciais culminou ainda na descoberta de vários territórios, inclusive do território brasileiro.

Fatores que motivaram a expansão marítima
Diversos fatores contribuíram para a expansão marítima europeia. Entre eles:
• monopólio árabe-italiano no Mediterrâneo que impulsionou a busca de novas rotas marítimas;
• exploração de metais preciosos para a cunhagem de moedas;
• investimento financeiro das monarquias nacionais aos projetos náuticos;
• centralização política dos reinos absolutistas;
• aliança política entre os reis e a burguesia mercantil interessada na lucratividade da expansão ultramarina;
• divulgação da fé cristã para povos de outros territórios;
• aperfeiçoamento das técnicas navais.

Outro importante fator que corroborou ainda mais para a expansão marítima europeia foi o Renascimento urbano e comercial.
Esse novo contexto cultural trouxe um outro olhar para as questões humanas, espirituais e naturais. Anteriormente, as teorias teocêntricas da Igreja Católica disseminavam concepções infundadas sobre os oceanos, como a existência de monstros tenebrosos nas profundezas dos mares e zonas tórridas.
O espírito aventureiro e de conquista adotado pelos nos navegadores europeus os fizeram superar toda e qualquer ideia arcaica acerca das navegações.
Outra atividade importante foi o desenvolvimento da arte da ciência náutica, com o uso da bússola, do astrolábio, o quadrante, as caravelas, as cartas de marear e a vela triangular.

O pioneirismo marítimo de Portugal

A formação da monarquia portuguesa com a Revolução de Avis, em 1385, e a aliança política com o grupo mercantil interessado no comércio marítimo, possibilitou com que o país fosse pioneiro na expansão marítima europeia.
Os portugueses já tinham uma tradição pesqueira que os davam habilidades com os mares. Mas foi na Escola de Sagres que iniciaram muitos projetos náuticos e alavancaram o empreendimento comercial das navegações.
A Escola de Sagres foi instaurada pelo infante português D. Henrique, na vila portuguesa de Sagres, em meados do séc. XIV. Muitos navegadores e interessados na arte náutica aprenderam o manuseio de ferramentas importantes para as navegações.
Além disso, A Igreja Católica realizou muitas missas e benção especiais para as expansões marítimas portuguesas por motivos religiosos, e também econômicos. A razão disso é que com o comércio marítimo os dízimos aumentariam a receita do clero.
Os navegadores portugueses tomaram a região do Celta, no norte da África, em 1415, local inicial do domínio expansionista marítimo português.  
Em 1492, Portugal dominou o comércio marítimo do oceano Atlântico. Posteriormente, iniciou-se o périplo africano que conquistou muitos comércios de especiarias, como o de marfim e de ouro.

Consequências da expansão marítima europeia

O comércio em escala mundial foi ampliado graças as grandes navegações da expansão marítima europeia. Por isso, muitos historiadores denominam as relações comerciais do século XV ao XVII de Revolução Comercial.
O mar Mediterrâneo era monopolizado pelos árabes-italianos, através das rotas terrestres das cidades italianas de Gênova e Veneza. Depois da expansão marítima europeia o eixo econômico passou a ser o oceano Atlântico.
A mudança do eixo econômico valorizou a cidade portuguesa de Lisboa. Posteriormente, a cidade espanhola de Sevilha.
O comércio marítimo europeu ainda ocasionou o surgimento do colonialismo e da exploração das riquezas das terras descobertas. Sobre isso, leia abaixo um trecho do texto de Burns:

“Calcula-se que quando Colombo descobriu a América a quantidade de ouro e prata em circulação na Europa não ultrapassava duzentos milhões de dólares. Por volta de 1600, o volume de metais preciosos naquele continente atingira o pasmoso total de um bilhão de dólares. Parte dele era fruto das pilhagens feitas pelos espanhóis nos tesouros dos incas e astecas, mas o grosso provinha das minas do México, da Bolívia e do Peru (...). Nenhuma outra causa influiu de maneira tão decisiva no desenvolvimento da economia capitalista”.

A exploração enriqueceu os reis e a burguesia e colocou o povo em uma estrema pobreza. As consequências dessa relação comercial exploratória se estenderam e formaram países com economias desenvolvidas e subdesenvolvidas.


Agora que já leo o texto, assista o vídeo para ajudar entender melhor.


Um comentário:

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